terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Eu sou a fada madrinha



Marilene Brizola


Um dia, estava no meu canto com minha varinha quando minha afilhada chorava muito, sei disso porque minha campainha de lágrimas tocava sem parar. Ah, sou uma fada. Estava descansando mas como prometi cuidar dela, fui ver o que aconteceu.
Ela me disse que não poderia ir ao baile do reino.
Disse para ela ia sim. Então, transformei-a em uma bela princesa, uma abóbora em carruagem, os amigos ratos em cocheiro, mordomo, cavalos. Ficou tudo perfeito até chegarem no baile.
A Cinderela dançou com o príncipe encantado até a meia-noite. Fiquei observando de longe. Meu encanto se desfez. A coitada da Cinderela saiu correndo perdendo um pé do sapatinho.
Me senti culpada então, peguei o sapatinho e coloquei no primeiro degrau da escadaria para que o príncipe encontrasse. Foi o que aconteceu.
Falei no ouvido do pai dele que devia enviar cartas para todo o reino dizendo que aquela garota que o sapatinho servisse seria sua nora.
O príncipe obedeceu o pai e foi atrás de minha afilhada. Ele é meio impaciente e já estava desistindo quando fiz a roda da carroça estragar. Entrou na casa da Cinderela para pedir ajuda e foi então que ela apareceu toda esfarrapada. Ele experimentou o sapatinho, já que ela até mal arrumada é bonita. Serviu. Casaram-se e tiveram muitos filhos.

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