terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A procura da minha princesa

Greice

 Depois de tanto esperar  o dia pro tal grande baile programado por meu pai, chegamos a uma semana que antecederia ao dia. 
Eu não estava ansioso para conhecer a minha princesa, embora o tempo estivesse passando e eu continuava em calhado. Apesar de ser meio enjoado com as mulheres do reino, sou obrigado a confirmar que queria alguém para dividir a coroa comigo. Estava meio carente. 
Enfim, chegou o dia tão esperado pelo rei. E, eu? Tão decepcionado por não ter ninguém que fizesse meu coração a disparar não sabia ao certo o que pensar. Sei dizer que era um pra cá, um pra lá. Uma correria que só de olhar  já me  cansava.
Depois de ficar horas me produzindo,  desci ao salão. Não podia aparecer de qualquer jeito. Olhei para todas as moças e nada me chamou a atenção, mas quando estava saindo, um tumulto na porta. Fui ver o que tinha acontecido. Achei que estava enxergando coisas. Era uma moça linda, a mais linda, aquela de tirar o chapéu. Como não sou bobo, nem perdi tempo, ela deu um passo na porta e eu lá, convidando-a para  dança .
Nós dançamos sem parar, e de repente o relógio da catedral bateu às 00h00min, ela se desvencilhou dos meus braços num piscar de olhos. Ela desapareceu.
Fui correndo perguntar para o porteiro se ele tinha visto a moça e ele me falou:
- Olha, eu não vi passar a moça. Só vi uma esfarrapada. Era bonitinha até, mas muito maltratada. Tadinha. Usava um vestido todo rasgado e só com um pé de sapato, ela entrou numa carruagem que se transformou numa abobora éékka. 
Eu não entendi nada que o porteiro estava falando. Até pensei que ele tinha enlouquecido. E, sem entender mais ainda o que tinha acontecido com a linda moça, entrei novamente no castelo. Tropecei. Quando eu olhei, era um sapato que pela beleza devia ser dela. Durante o tempo do baile, ela havia roubado meu coração. Agora, era minha vez de reencontrá-la. Contei a minha situação para meu pai e ele me ajudou no mesmo instante. Fomos à casa de todas as moças convidadas para o baile e em nenhuma o sapato entrou. Até que  chegamos a casa de Malvina. Era minha última esperança. Ela trouxe suas duas filhas. As duas com uma tora de pé e nem nos dedos o sapato entrava. Foi no momento quando estávamos saindo, que ouvi uma voz doce pedindo para experimentar. A moça desceu correndo a escada. Ao observá-la, mesmo naqueles trapos tive a certeza que era minha princesa. Não houve surpresas ao ver o sapatinho calçado em seus pés. Pedi sua mão em casamento e fomos para a França curtir nossa lua de mel.  

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